sábado, 25 de setembro de 2010

Harley tem com corrente? E BMW, tem?

A transmissão de movimento do motor para a roda nos primeiros veículos automotores era direta ou por correia de couro. Em sua evolução natural, surge o diferencial, uma maravilha da engenharia pela sua simplicidade e eficiência, tanto que continua sendo utilizado até hoje. Os Chineses já possuíam uma carruagem chamada South Pointing Charriot provida de um complexo mecanismo de três eixos em que uma figura colocada sobre ela ficava apontando sempre para a mesma direção independentemente do sentido em que a carruagem fosse movida. Mas isso foi há aproximadamente 4 mil anos, sabedoria oriental à parte, o diferencial automotivo como o conhecemos existe há pouco mais de 100 anos, e ele requer um eixo cardã para transmitir energia para a(s) roda(s). Várias marcas de motocicletas recorreram a esta solução para a transmissão secundária (do câmbio para a roda), entre eleas BMW, Guzzi e Yamaha. Este sistema é o mais eficiente sempre que o motor da motocicleta for disposto transversalmente porque se perde menos energia cinética transferindo o movimento do virabrequim para o câmbio e eixo traseiro. Em motores em “V” como Harley Davidson, Ducati,  KTM, Suzuki VStrom e Honda Varadero o sistema de eixo carda seria pouco eficiente.
Outra solução ainda mais antiga para a transmissão secundária é a correia de couro, hoje evoluída para ligas de kevlar com alma de aço que equipam motocicletas como HD, Buell e algumas BMW.
Ambos sistemas acima tem a vantagem de baixa manutenção, funcionamento silencioso e alta durabilidade, além de dispensarem lubrificação. A correia de uma Buell por exemplo, somente requer ajuste após 100.000 km rodados.
Mas são mais caros do que a amplamente difundida corrente. Herança das bicicletas, o sistema de correntes é utilizado na maioria das motos da atualidade, evoluída com  elos auto-lubrificantes e altamente resistentes . Suas vantagens são a maior eficiência (menor perda de energia cinética) pela transferência direta de movimento, aliada ao fato de suportarem altos torques. Prova disso é o uso de corrente em todas as esportivas mais potentes. Mesmo nos bólidos de Moto GP, com mais de 200 CV, somente se utilizam correntes. E além de ser o sistema que suporta mais desaforo do piloto, o conjunto pinhão/coroa/corrente – popular “relação” - é o mais barato. Por isso é o mais difundido.
É interessante ressaltar que a transmissão primária (do motor para o câmbio) pode ser feita por engrenagens ou corrente, o que é mais comum; ou por correias, solução adaptada para motos customizadas.

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